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Boeing 717-200
A origem do Boeing 717 remonta ao Douglas DC-9,
lançado nos anos 1960. Em 1980 o modelo foi atualizado, passando a ser
chamar MD-80, refletindo também a mudança de nome
da fabricante para McDonnell Douglas. O MD-80 foi
um dos narrow-bodies mais populares de sua época, competindo diretamente
com o Boeing 737. Assim como o Boeing, o MD-80
tinha várias versões, adaptadas para diferentes missões e também com
melhorias em relação as versões anteriores. Com a chegada do
Airbus A320 e a nova versão Boeing 737NG,
a McDonnell Douglas precisava atualizar os seus MD-80
se quisesse se manter competitiva. Para isso a fabricante lançou uma
nova versão denominada, MD-90. Uma das
maneiras de melhorar a eficiência da aeronave e diminuir o custo por
passageiro foi aumentar a capacidade de assentos. Dessa forma o MD-90
podia transportar cerca de 160 passageiros, mais do que qualquer versão
anterior. Para concorrer de igual para igual com o
A320 e B737, que
ofereciam variantes com maior e menor capacidade de passageiros, a
McDonnell Douglas começou o desenvolvimento de uma versão menor do MD-90,
batizada de MD-95. Essa versão seria ideal para
complementar o MD-90 em rotas de menor
demanda, sem que as companhias aéreas precisassem recorrer a outro
modelo de aeronave, o que aumentaria os custos de treinamento e de
operação. Entretanto a situação financeira da McDonnell Douglas não era
favorável, a sua maior aeronave, MD-11, não teve
um bom desempenho de venda e as companhias aéreas estavam evitando
realizar novas encomendas para o MD-80/MD-90,
receosas de que a McDonnell Douglas poderia ir a falência.
Em agosto de 1997 a McDonnell Douglas foi comprada pela Boeing, que
encerrou em pouco tempo a produção do MD-11, MD-80
e MD-90, privilegiando o seus próprios modelos
Boeing 737 e Boeing 777 e evitando
competição interna. O mercado esperava que a Boeing também iria cancelar
o projeto do MD-95, que ainda nem tinha realizado o seu primeiro voo. No
entanto a Boeing decidiu seguir com o desenvolvimento do MD-95,
alterando o seu nome para Boeing 717. Antes do MD-95 o nome "Boeing 717"
foi utilizado para designar o avião militar
KC-135 e informalmente o Boeing 720.
A Boeing esperava que o Boeing 717 se saísse melhor do que o Boeing 737-600
como um modelo regional eficiente no segmento de 100 assentos. Além
disso o Boeing 717 tinha um grande mercado em potencial de companhias
aéreas que ainda operavam aeronaves MD-80 e MD-90
e teriam o B717 como um complemento natural, a medida que o modelo vinha
da mesma plataforma. Por outro lado o Boeing 737-600
servia como complemento para uma companhia aérea que já operava outras
aeronaves da Família 737NG.
O Boeing 717 tem uma fuselagem mais curta que o MD-90,
de comprimento semelhante ao DC-9-30, se tornando
a menor aeronave produzida pela Boeing.
O painel de controle da cabine de comando incorporou a
mesma tecnologia utilizada no Boeing 777,
com seis telas de cristal líquido intercambiáveis (glass cockpit),
sistema de instrumentos eletrônicos, sistema de gerenciamento de voo
duplo, sistema central de exibição de falhas, GPS e capacidade de pouso
automático padrão Categoria IIIa. Outra modificação importante foram os
motores, derivados do MD-90. Por ter menor
capacidade de passageiros, o Boeing 717 pode operar com um motor de
menor potência, gerando economia de combustível. Além disso os motores
do 717 são controlados por um sistema totalmente eletrônico FADEC (Full
Authority Digital Engine Control), oferecendo melhor controlabilidade e
otimização. Outra vantagem desses motores é o seu menor nível de ruído,
se adequando a normas ambientais mais rigorosas. O Boeing 717 é a única
aeronave a possuir certificação para sair de ré dos terminais usando
seus próprios reversores.
Outra vantagem é a comunabilidade com os seus predecessores DC-9 e MD-80
e seu irmão maior
MD-90, permitindo que
os pilotos dessas aeronaves precisem de apenas 11 dias de treinamento
para poder pilotar o B717. Dessa forma, além de complementar o MD-80
e MD-90, o Boeing 717 pode ser um substituto
com menor custo para companhias aéreas que ainda operavam aeronaves DC-9.
A versão de produção ficou conhecida como Boeing 717-200 e entrou em
serviço em outubro de 1999 pela
AirTran Airways.
Porém as vendas não foram como o
esperado. Se a McDonnell Douglas já vinha tendo dificuldades de vender o MD-95
antes mesmo do lançamento, a Boeing também não conseguiu fazer o modelo
decolar. Além de concorrer com aeronaves como o
Fokker 100 e A318, o B717 ainda encontrou
concorrentes como o CRJ-900, E-190/195,
mais modernos e econômicos. O B717 não era feito "do zero", era um
aperfeiçoamento do
DC-9, projetado na década de 1960, e um versão
encurtada de um modelo maior e mais pesado. Apesar das atualizações
feitas pela Boeing, um aperfeiçoamento de um projeto mais antigo tem
limitações. Já seus
concorrentes, como os E-Jets, foram projetados no
final dos anos 1990, incorporando tecnologias mais avançadas e foram
projetados especificamente para o mercado regional, sendo mais leves.
Assim como o Boeing 737-600, as encomendas
para o Boeing 717 vieram em um ritmo bem lento e em apenas seis anos de
produção já não haviam mais novas encomendas. Para tentar alavancar as
vendas, a Boeing chegou a
estudar uma versão maior, denominada Boeing 717-300, com capacidade para
cerca de 130 passageiros. Entretanto a fabricante desistiu do projeto por
temer prejudicar as vendas do Boeing 737-700.
Sem novas encomendas, a Boeing decidiu encerrar a produção em 2006, após
entregar as últimas unidades.
Em 2013 o Boeing 717 ganhou novamente notoriedade quando a
Delta adquiriu quase 90 unidades, em uma
estratégia para renovar sua frota com aeronaves antigas. Embora possam
ser menos eficientes e ter custo de operação e manutenção maior, a
Delta aproveitou que as companhias aéreas
estavam querendo retirar esses modelos de suas frotas para adquiri-las
por um preço muito mais baixo,
economizando uma quantia significativa em comparação a adquirir
aeronaves novas.
Richard Silagi![]() ![]() Construídos: 156 |
Origem: Estados Unidos
Produzido: 1 Peso da aeronave: 30,6 a 31,1 toneladas Capacidade de combustível: 13,9 a 16,7 mil litros
BR715
8-10) tonf 817 km/h 0.77 Altitude de cruzeiro: 11 km (37 mil ft)
Pista mínima para decolagem: 0,6 km 3815 km
DC-9, MD-87
CRJ-900,
Fokker F100
AirTran Airways
Maior operador (encomendas diretamente do fabricante):
AirTran Airways
Comparar com outras
aeronaves
Aeronaves Boeing:
Boeing 707, Boeing 727, Boeing 737, Boeing 747, Boeing 757, Boeing 767, Boeing 777, Boeing 787